28 julho 2009




O novo blablablá das empresas
Uma linguagem que está, a cada dia, mais cheia de eufemismos

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Cada vez mais, palavras usadas no discursos das companhias - seja no trato com funcionário, cliente ou fornecedor - vêm sendo substituídas por outras, capazes de amenizar o que realmente significam.

Apontada por especialistas em recursos humanos como uma ferramenta aplicada para manter um bom clima organizacional, esse vocabulário também é entendido como um reflexo da falta de transparência, gerando imprecisão.

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Vejam os novos termos mais comuns:

. Funcionário passou a ser Colaborador =====> Para o funcionário se sentir mais comprometido, cresce a tendência de chamá-lo de colaborador. Há empresas que vão além: preferem consultor ou doer (algo como fazedor), do inglês to do

. Chefe passou a ser Gestor =====> Ser chefe é algo totalmente ultrapassado, segundo a linguagem das organizações. A regra é chamar os que estão no comando de gestores, os administradores modernos

. Demitido passou a ser Desligado =====> O termo demissão passou a ser usado em casos de faltas graves e problemas de comportamento. De resto, para suavizar a situação, empresas passaram a dizer que a pessoa foi desligada

. Problema passou a ser Desafio =====> Para evitar que os funcionários fujam de um "problema", os líderes costumam transformar uma dificuldade num grande "desafio". E é recomendável estar pronto para encará-lo

. Cargo passou a ser Posição =====> Para especialistas, a diferença entre essas duas palavras é uma questão de status. Enquanto ter um cargo pode soar burocrático e retrógrado, ocupar uma posição é moderno e remete a flexibilidade

. Hierarquia passou a ser Estrutura =====> Para amenizar o sentido de autoridade/subordinação que está presente no significado de "hierarquia", o termo foi substituído por "estrutura"

. Sobrecarregado passou a ser Multifuncional =====> O funcionário que acumula várias funções (o sobrecarregado) passou a ser o profissional que tem diferentes habilidades para exercer determinada função (o multifuncional)

. Preço passou a ser Investimento =====> Na relação com o consumidor, há vezes em que o valor de um bem não é sinônimo de "preço", mas além de "investimento". A lógica é: ao pagar (por um curso, por exemplo), o aluno terá retorno direto

Fonte: O Globo de 26/06/09 - Caderno Boa Chance - Pág. 1 (Adaptação)


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